terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Poema Colagem Cape Town

A cidade vibrando quebrada
A metrópole viva estragada
As bitucas de cigarro catadas no chão
Se agrupam em um colchão na casa abandonada de um mendigo.
Pedintes pedindo coisas que se tem mas não se quer dar porque daí não se vai mais tê- las.

Ah! As veias pulsantes de luzes, impulsos elétricos, histéricos, sintomáticos de cabeças que ouvem muito barulho. Serpente de luz, anágua macroeletrônica.
Aonde ficam tuas palavras nessa brincadeira?
Quem te ouve cidade mãe? Quem se ouve na vila de cães?
Sim, sorriso incausado, cumprimento casual, encontro no absurdo, maravilha, Carnaval!!
E depois disso cavalo de pau? 180 graus? Levanta a poeira para depois baixar?
O diferente queres afugentar?
Já no fosso do castelo a água está suja e a lua aparece esverdeada!
E vives cidade! Vais ao trabalho, agüentas longajavascript:void(0)s filas, escondes a bolsa e imaginas despedidas, mas ficas!!
De onde tanta vontade? Até vitalidade? Por que não te deixas arrastar na Próxima tormenta, arrasar na próxima chuva ácida?
Há tantos penhascos bonitos por ti, por que não pulas?
Há tantas armas perdidas por ti, por que não as disparas, não te ajudas?
Aí estará para mim teu eterno mistério ó caixa de pedras.
Que dessas montanhas de carne se formam humanos cujo amor mesmo que canalizado cloacalmente ainda brilha, nem que seja por um pequeno tecido, tenra boca, uma festa oca.
Que te esquadrinhes, te distrites, mas que ainda existam canais que formem fluxos de águas autênticas, vestidas de formas excêntricas.
Brigas, tens porquê brigar, não gritas, mas tens porquê gritas, cantas!
Absurdo do absurdo, cantas, como se vivesses entre chafarizes! E crias chafarizes!
Danças! Assim como nada tivesse acontecendo, por um momento não sentes nada fedendo.

A criançada se molha, se lambuza, joga bola, cresce, espanca, abusa, usa, recusa, se culpa, acaba, reclusa. E aí explode a represa, busca a certeza, se esconde no parque, brinca de arte e parte. Volta, vira parte. É preta e se pinta de preto, é branca e se veste de medo; desde cedo aprende o segredo, por isso cala e vai para a cama mais cedo.
Tchau Tchau.. Beijo Beijo.
Olá minha princesa.
Olá meu Princeso.

Meu sonho é ser guerreiro e o dele é conseguir emprego.
O meu é ser dona de casa e o dele(ou dela) é encontrar um bofe.
O meu é jogar Rúgbi e o dela é concerto de roque.
E a gente caminha junto né, vou te dizer que não fala muito, porque a coisa andou meio tensa.
Teve gente arranhado Jaguar, gente queimando loja.
Mas que podemos fazer? É no famoso tem que ser, porém também no pode ser, que encontramos forças para dizer:
Sou, cidade. Sou cidade.

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