domingo, 23 de outubro de 2011

Filosofia em verso (por preguiça)

A fácil felicidade após um filme
Mascara algo, ou é a verdade?

A arte é possível sem derrotismo
Ou é ela mesma, como criação imaginária
Assumir que a vida prática é impossível;
Enquanto como prática, a prova de que
A potência existe?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O devir e o dever

O devir sempre ofuscado pelo dever
Desviando antes que nasça o sonho
De a fruta cair da árvore em nossa mão.

O dever sempre um passo a frente
De qualquer pensamento que rompa:
Nunca consegui tirar a capa da faca.






terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cardápio do almoço:
Massa ao alho e olho.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Três axiomas líricos


I
O vidro se expande por todo lado.
Invisível, a princípio não se revela
Mas cerca sorrateiro os passos
Dos que largam a escola, engolem sonhos,
Dos que colidem os carros fumando longos cigarros,
Dos que vestem ternos e tomam sorvete.

Quando o cotovelo desajeitado se estica
Quase sem querer em direção ao peão
Dilacerador e brilhante
Que gira dentro de todos os nós,
Vemos o vidro transparente
Quebrar destemperado:
Enchendo de gosto (sangue ou sorvete?)
A vida de quem ousa.

II
A vida não importa.
O que importa é o que fura a vida,
Para fazer dela algo sonoro, que valha,
Ou para com ela acabar.

III
O significado das coisas, quando se começa a buscar
É como o momento em que o mágico começa a puxar da cartola
Aqueles lenços coloridos, atados uns aos outros, longos pra caralho
E espera que eles acabem, que parem de sair da cartola, preocupado com os espectadores
Que já cansam dos minutos, horas, dias ininterruptos,
Preocupado com os panos que já enchem todos cantos da sala com suas rebarbas Ásperas
Não sobrando espaço nem para encontrar a janela de saída.
E o mágico se vê escravo do truque, dos tecidos, que englobam, mostram cegando,
Em um Número infinito, dança do cavar a própria cova
Inevitável, a quem começa.