segunda-feira, 30 de maio de 2011

menina preto pupila papoula

Se deus me criou, posso criar a deus.
A reciprocidade é uma infecção subcutânea.
Digo, olhei para o céu, era preto-pupila,
Cor da papoula e dali surgiu uma menina
Com uma mesa virada verde na mão.

Cotei suas costas
De nada valiam,
Como queria,
Carta viva na manga.

E beijou-me sem ser pedida,
Dançou os meus pés.
Fêmea que afagava
Com os dedos meus nervos
Com os seios meu peito,
Com cortes meu coração.

terça-feira, 24 de maio de 2011

(Re)Volta à Porto Alegre

Sente o cheiro do progresso
Na lapela da camisa:
Sopro de quem ajuda
Depois de pensar.

A simpatia envergonhada
Do meio sorriso:
Pensando em resultado
Se faz a piada.

Igual posso rir, chorar e cuspir
Me jogar no rio para de todos espanto!
Ainda encontrar companheiros para desesperada cerimônia,
Um dia do mês.

Fazer da cidade um plano mental
Onde as direções sejam curvas,
Ônibus só trafeguem por uma esquina.
Achando coragem para furar o silêncio,
Ainda.

Serão meus dedos mais rápidos
Que a velocidade das moscas, muros, músculos?
Sempre tenho uma pequena faca no bolso,
Que pouco uso.

Também tenho um canudo longo
Inspira sabores e sons
Expira trivialidades que vingam no profundo.
Espero que o vejam e ouçam.

Temida casa és,
Amores aí encontro.
Mas agora vôo
Vôo.

sábado, 14 de maio de 2011

Gentil macio vadio.
Arcavante do primeiro.
Passo perdido,
Sem medo do espinho,
Sempre gritando,
Igual.

Formas se amorfam
Quando nelas toco.
Estou viciado em minhas mãos,
São lunetas da verdade corpo
O símbolo do sim.

Sandália soldada no assoalho.
A sua logo a minha.
Saída suada sangra.
Agora. Vamos. Vou.
Fui.

domingo, 8 de maio de 2011

O amor sob o pano

O amor que se esconde para ter que vingar,
Que obscuro se tem que regar,
Para o fruto não aparecer rápido,
Para que o povo não veja e se assuste.

Palavras sempre medidas visando efeito.
Silêncios para atrair fluidos ,
Chamando pela ausência:
Resta um a dois,

Jogo estratégico de vidro e sopro,
Fontes de letra retas,
Voz entrecortada.

Esse tempo não é para mim
Quando amo grito como com raiva
Para que tem ouvido de grito.
E meu cochicho é carícia
Para quem entende o delicado.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fingindo ser quem eu era, já que não sei mais quem eu sou.