sábado, 2 de outubro de 2010

Poema sem necessidade II

Qual o exato momento
Na historia das grandes chuvas,
Onde o verde e o azul tornaram-se
O tom maior da vida na terra?

Quando a abundância foi inventada,
O armazenamento tolerado,
A agricultura quase fácil,
Permitindo o homem?

O osso-arma do macaco,
O galho que cutuca as frutas.
A magia pragmática dos
Primeiros instrumentos.

Progressivamente: tempo para lazer
Banhar-se no rio e ouvir os pássaros,
Todos sentidos querer entender,
Comer doces balas nos semáforos.

Ao absurdo do tédio e do suicídio.
Acham que Darwin consegue explicar
Tantos majestosos castelo no ar?
Até sobra tempo para rimar!

Junto aos punhados de pêlos
Perdendo-se em cada geração
Vai-se a Natureza do Humano
E na Natureza Humana sobram
Poucos pêlos no peito,
Perto do coração.

Poema sem necessidade I

Ponta de agulha brilho fino
Penetra incisiva a pele de
Qualquer animal escamoso.

Ardente grito proto-avicola
Rasgando ouvido de pesca
E pescador que observa.

O plano lago esconde
Grandes tigres submersos
Que surgem surpresos,
Em dias de mau-humor.

O sol é maciço, amassa.
Pensar é o grande luxo
De quem não tem fome.
Escrever é a luxúria
De quem tem braços livres.