sábado, 19 de dezembro de 2009

Três vivas ao nosso grande empreendimento humano - À um mundo mais fofo e (areia) movediço

deve-se deixar tudo que é belo
antes que seja pensável
que esse algo se envileça

a efemeridade da beleza
como transporte na vida.
compulsório a quem tem pernas,
reais.

A felicidade estável, duradoura
E principalmente a ilusão dela
São os primeiros, talvez até derradeiros
sinais da acomodação.

O eterno retorno vivido na repetição vista como igual. Agradavelmente igual, brisa de verão na casa de praia. Aconchego no coração, amor de mãe e toda sexta feira a epifânica novidade de um cheiro novo saindo da cozinha.

Toca piano mecânico, que em ti descobriremos máquina!
Cartão perfurado: matriz do funcionamento.
Moinho numérico, triturador do invisível,
Quando te desdobrarão feito tapete vermelho?
Sim, quando?! E junto estarão os decepados membros
Que sacrificaram o sangue que te tinge?
Assim, “noite dos mortos vivos”, saindo da terra!
Promessa sangácida de decisões melhor tomadas, progresso e bauxita.

Levanta-te agora dessa poltrona gigante! Sim dessas mesmas onde o pé não encosta no chão.
Não sentes o couro dela nas tuas costas? Não vê que cheio de suor conquistado tu a ela te gruda?