sábado, 1 de maio de 2010

poema pintura criança

Figurando aquele momento infantil,
O contrário da Roda de Newton,
O sonho holístico representado
Na mente protoprática infame infante.

Peguei o vermelho
Joguei grossa camada
De tinta à bolonhesa;
Azul claro denso
Da piscina lá de casa;
Verde musgo
Da bandeira do Brasil;
Amarelo do sol sorrindo;
Roxo Fanta uva
E mais duas ou três cores do alfabeto
(a de amor, b de baunilha, c de carmesim).

A beleza aparecia, sem dúvidas, na minha cabeça.
E o verdelimãorosamaravilha, projeto da unidade do mundo,
Devagarinho provava-se menos que sonho.
Vermelho Verde musgo marrom CINZA!
Feito peça russa! Aos 7 anos!
Educação artística eles chamam!

O devaneio da plenitude se desvanece em uma manhã colegial qualquer.
E volta na maturidade como metáfora da vida.
E se o único caminho ao paraíso for o suicídio?
E se as palavras de deus não foram escritas, nem ao menos uma letra?