quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Quando a palavra espirra da boca
Como o instante antes do estourar da champanha
Ou o em que dispararam em Francisco Ferdinando.
Do último suspiro antes do gozo
Ou o penúltimo respiro antes de saltar pela janela.
É daí que sai a poesia, de alguma forma...
Daí, de mim e de tudo que engulo:
De boca aberta e sem enzimas suficientes.

Foda-se!

Não quero nada que ao ser servido não transborde
Pois o transbordar é o sujeito
A causa e não o efeito.

Quando a carne é excessivamente tenra
Ou flácida.
Aí se articulam e empuleram as teorias
Como bebês vendados em busca de um seio qualquer.
Seio da vida que os alimenta,
Para depois vomitarem tudo em palavras.
Aí que nasce, só aí que existe a poesia.

Agora não.
Agora só ânsia de paixão.
E sobra rincão para tão pouca canção.

Melhor parar aqui....pois hoje é dia-não.

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