quarta-feira, 4 de julho de 2012

Enfim


Enfim, o que importa é ser vivo
Sem diferença entre o bêbado, o engenheiro, o fuzileiro naval:
Quem não traga não morde.

Tragam-me eslavas e escravas, ardentes como peles opostas
Tragam cigarros longos, excessivamente longos.
Sem traço e Norte, sem aconchego,
Não há vida fora disso.

Os conceitos se somam na mente,
Um aterro de armações de ferro
Bases de prédios que odiamos,
Como um velho que odeia ao seu câncer, seu.

E vocês silentes ou discursivos
Já sentiram a poeira cortante
Da caçamba de caminhão?
Já fumaram o ópio indiano
Frente a desfiles de seda e música
E jóias e cores e notas outras?

Escuto a balela e acredito,
Como Jó em Deus.
Promessa de entendimento perdido
Máscara de beleza se botando entre tudo e tudo.
Queria poder ver os pepinos nos olhos.

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