segunda-feira, 15 de setembro de 2008

patinetes, férias, outono

depois de calar o coliseu me pergunto... Onde foi parar minha pureza? E a minha liberdade? Consigo ainda me deslumbrar com um carinho, ou mesmo senti-lo como sentia? Uma parede azul de jogo e mistério me protege. Vê-se que o medo ressurge sempre, agora transvestido de amor.
E as vitórias de que valem, me trouxeram paz? Uma vida externa bem-sucedida vale a pureza dos meus sentimentos? Desistência, decência, condescendência, descendência.... Nunca sei bem o que escolher e no momento que escolho essa escolha se torna automaticamente errada.
Estar preso às próprias seguranças é pior que ser preso pelas garras do mundo. Racionalizar a emoção é como congelar um rio cheio de peixes. Calcular os atos constantemente é pior que nunca calcula-los.
Eu sou a neurose. Eu sou vocês humanidades, subjetividades. Eu sou a falta abundante em faltas. Sou aquela rua escura a noite que ninguém visita, e que durante o dia todos olham, mas não vêem. Será que a rua se vê? E meus olhos o quanto se viram pra fora e o quanto para dentro?
A coerência interna é a única. A visão de mundo que define a vida e não o contrário.Porém ainda preciso gritar:
-Em frente, bandeira erguida, sem saber de que! Nu e contra o vento até amansa-lo! Santo das causas perdidas de mim mesmo, sonhando ser isso para todos.
-Mas onde pensas que vais assim cavalheiro? Com brados infantis e sonhos sem esperança? Crendo-se capaz de derrubar o mundo com um simples meneio de cabeça ou abrir de braços?
-Vou e vou e ponto(.) Criança sem lógica e de rosto polimorfo como as que fazem dos grãos de areias castelos e de bonecos de plástico guerreiros. Meus braços apertarão forte a vida, antes que o receio a empurre. Os pés do pensamento nunca se deixarão prender a chão que não seja passagem. Por que? Para um dia poder falar menos de fora para dentro do que vice-versa. Para que tudo me marque até não saber mais de que carne sou feito, ou o dia em que tornei-me pó. E para que algum arqueólogo um dia venha a encontrar meus ossos no fundo de um mar.

Um comentário:

G disse...

que legal, tenho um post com esse mesmo título =D

http://teufelswerk.blogspot.com/2007/11/patinetes-frias-outono.html